sábado, 15 de agosto de 2009

Viagem de rotina

Todos os dias, sempre me lembro de coisas estranhas, mas nunca me lembro se vivi ou se sonhei. As vezes acho que é o gingado desse navio que me deixa variado, só que para mim é sempre uma nova viagem ficar alucinado.
Certa vez, eu estava navegando, como todos os outros dias e, em ondas gigantes e psicodélicas meu navio se partiu e afundou. Fiquei a deriva por muitas horas, esperando que alguém viesse a minha procura, mas depois de tanta espera, vi que estava só...
De repente, acordei em terra firme, deitado sobre os pedaços que restaram do meu navio. Era uma terra muito esquisita, com árvores enormes, sem fim, que faziam com que o lugar fosse escuro, tenebroso, sombrio e com um ar de trevas.
Pensei comigo mesmo que se aquela escuridão não fosse habitada por nativos selvagens e, eu estivesse ali sozinho, estaria a salvo.
Mas logo vi que esse pensamento era errado, quando comecei a escutar barulhos estranhos vindo do outro lado daquele lugar e muitas vozes desconhecidas chamando meu nome.
Foi quando eu me lembrei que era hora de tomar meus remédios e, aqueles barulhos estranhos eram da enfermeira batendo na porta do meu quarto do hospício.

Flávio Luigii

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Diário de Viagem

Lembro-me vagamente da água tomando o navio.Pessoas correndo para lá e para cá, em busca de ajuda, uma solução para manter aquilo de maior preciosidade: suas próprias vidas. Essa é a minha última lembrança, antes de meus olhos se abrirem e minha mente pensar: " Onde estou ? Que lugar é esse ? "
Ao mesmo tempo que eu estava feliz por ter saído daquele trágico episódio, estava insegura, pois não sabia como tinha chegado lá e, muito menus minha localização. Foi então, na sede de informação, que ao invés de ficar parada e pensando em tribos canibais e animais selvagens, que fui em busca de pessoas nativas, sobreviventes e comida.
Na primeira hora, confesso que não encontrei nada, a não ser construções antigas, que davam a impressão de serem aqueles que vê-se sempre nos livros de história. Até então que vejo um grupo de pessoas peculiarmente vestindo: sandálias de couro, armaduras, capacetes e lençóis usados como roupa. Pois bem, quando se está perdida, o que importa a roupa dos indivíduos ? Pedi informações do lugar que me encontrava, até que descubro que estava em uma ilha, região do mar Egeu, na qual vivia-se ainda como na Grécia Antiga. Ou seja, as minhas aulas de história estavam se materializando bem na minha frente. Conheci um estrangeiro, que me acompanhou e me ensinou sobre o lugar e as pessoas. Tive que mudar os meus trajes, me acostumar com as pessoas e com a cultura grega que aprendera apenas no colégio.
O meu companheiro me disse que teria uma comemoração chamada Dionísica. Essa tal festa é feita pra homenagear o deus do vinho, onde não só haveria a bebida em questão, mas também o fabuloso teatro grego. Anoiteceu. Fomos então à festa. Me trataram de forma cordial, até que houve uma agitação tremenda. Tive que deixar aquela furtuna cultural e voltar aquela vida rotineira brasileira.

Lohana Gabriela